Câmbio Commodity Cotacao Dólar Economia EUA Investimento Mercado Ouro Parmetal 31 de janeiro de 2022À medida que o primeiro mês de negociações do ano se aproxima do fim, é interessante observar como a reação do ouro em relação à inflação tem sido comparada com a do petróleo. No que está se transformando no período mais desafiador da economia dos EUA desde a Grande Inflação de 1965 a 1982, o Federal Reserve está planejando de três a quatro (ou talvez mais, escolha o número que você preferir) aumentos dos juros este ano, com 25 pontos base por rodada (ou, se acreditarmos em Raphael Bostic, do Fed de Atlanta, de até mesmo 50 pb). Com o Fed relativamente agressivo de hoje – a bem da verdade, não estamos nem perto do período de Paul Volcker nos anos 80, quando as taxas estavam em uma alta anestesiante de 20% – é compreensível que os especuladores queiram vender a baixa do ouro, que na teoria iria sofrer com taxas crescentes. Mas também não vamos esquecer que a principal razão para a mudança da era da “Grande Facilidade” do Fed (juros virtualmente zero, com fonte de dinheiro infinita) é a alta da inflação a seu maior patamar em 40 anos (observe que estamos partindo do mesmo período de pressão de preços sufocante que Volcker encerrou). Realmente, se é a inflação que estamos combatendo, o ouro não deveria estar à frente desta luta, pelo menos da perspectiva das commodities, dada a posição do metal precioso como proteção contra a inflação? “Não!”, gritam os ursos do mercado, que parecem obstinados em forçar o ouro para os níveis inferiores da casa dos US$ 1.700, e US$ 1.600 se possível, citando os rendimentos do Tesouro dos EUA e o dólar que pode continuar em forte alta no meio tempo, enquanto o Fed tenta subjugar o monstro da inflação. Embora esse argumento se sustente em parte, a resistência do ouro enquanto reserva de valor ao longo do tempo não pode ser subestimada. Qualquer um que já tenha tentado comprar barras de ouro reais pode confirmar o prêmio considerável associado a elas, e como elas estão distantes das negociações de futuros na Comex de Nova York. Se isso não for respeito pelo valor do metal precioso, eu não sei o que é. Diversas contra teorias proliferam, também por parte dos touros do ouro, sobre por que ele – e não o Fed – podem ganhar esse jogo (algumas delas em resposta a meu último artigo): O Fed pode elevar as taxas somente duas vezes antes de fazer uma pausa para observar seu efeito (de forma interessante, o chefe do Fed de Mineápolis, Neal Kashkari, sugeriu um intervalo no ciclo de altas durante a primavera do hemisfério norte a fim de se determinar o progresso feito pelo banco central). O ouro provavelmente estará novamente em alta até maio, enquanto o Fed tentou se agarrar a seu outro mandato, de expandir a economia por meio de empregos, ainda que aumente os juros e tente reduzir seu balanço massivo. Não será uma guinada suave e os touros do